segunda-feira, 9 de julho de 2012

Àquela que me vê como sou, escrevo o que se segue:


Vedes que me deito em terras geladas e rogo pragas em vosso nome, chuto pedras em vossa direção e atiro maldizeres em vossa intenção. Sou aquele fraco que se deita com vós por um momento de carícias seguido por náuseas e cóleras. Peço, portanto, perdão por aquele dia que fiz algo que não me recordo, peço que reveja sua dose de pena sobre o descumprimento do que não me vem à mente, e, tão importante, peço que veja com melhores olhos sobre aquele tal assunto que me esqueci.
E digo que me esqueci, e que não me recordo, e que não me vêm à mente por conta de vós! Vós que acabastes de me enojar, e me deixastes aqui, neste chão sujo com os restos, sujo com as pisadas de outros, junto com estes azulejos brancos e com essa porta nojenta.
Me deixastes aqui, na sarjeta, como fazem todos! Como fazem aqueles que me querem o bem! (e que, visivelmente, não o fazem) Sou distante, sou mutável, mas sou amável! Sei que sou, pois falo isso a mim mesmo o tempo todo, buscando uma crença. Sou amável sim, e vós me deixais como me ponho! Pois digo, sem delongas, que me cansei de toda e rebuscada, me cansei de VOCÊ! Quero é que se foda!
Mas antes, uma outra rodada, garçom. 
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